quarta-feira, 11 de julho de 2012

O que comem os canudenses

Foto: Nicolas Iory

Quem vai à Bahia costuma voltar encantado e um pouco mais condimentado. Mas nem só de vatapá e acarajé vive o canudense. Responsável pela alimentação de toda equipe da Universidade Metodista de São Paulo e da Faculdade de Medicina do ABC, a comerciante Maria de Lurdes Ramos Alves da Silva – ou Tontom, como é mais conhecida – contou as diferenças da dieta baiana comparada à dos paulistas.

“Nosso café da manhã se resume a cuscuz com ovos, carne e café”, afirmou Tontom. Segundo ela, raramente se come pão e tapioca, pratos constantes no cardápio matutino da equipe.

No almoço, temos o tradicional arroz, feijão, salada e bife. Mas ao contrário do sudeste, o tradicional bife de carne bovina é substituído pelo bode. Para o jantar, a comerciante destacou a sopa e o baião de dois – arroz e feijão misturados – como pratos principais.

O peixe também é presença marcante na dieta da população local, que tem sentido falta da carne branca no cardápio por conta da seca. Sem chuva desde novembro do ano passado, o baixo nível do açude tem prejudicado o trabalho dos pescadores e das cozinheiras.

Seja ciscando nos quintais, seja ao molho, o frango também complementa a alimentação. É a alternativa mais leve para quem ainda não se acostumou ao forte sabor da carne de bode.

A paisagem local abriga muito do que acaba nos pratos. Os principais temperos e condimentos são o coentro, cebola e pimenta de cheiro, cultivados nas hortas espalhadas pelo distrito. Entre os vegetais, estão o tomate, pimentão e alface, reconhecíveis sabores das saladas que acompanham almoço e jantar.

Muito conhecida e popular no sudeste, a famosa buchada de bode não é presença diária no menu regional. “Só comemos de vez em quando, em alguma ocasião especial”, disse Tontom.

As frutas típicas também são destaques nos sucos e doces da região. Acerola, goiaba, seriguela, banana, fruta do conde (conhecida como pinha) e a graviola compõem a alimentação dos baianos típicos de Canudos Velho.

por Elsa Villon

Nenhum comentário:

Postar um comentário